Criou polêmica entre a população pernambucana a concessão de auxílio-moradia para os deputados estaduais, benefício criado por eles mesmos e que começou a ser pago em setembro passado. O assunto veio à tona esta semana, quando o blog pernambucano Acerto de Contas trouxe uma reportagem a respeito. "Eu, como contribuinte, me sinto lesado. A gente vê as condições precárias de acesso a moradia que a maioria da população tem. E uma parte privilegiada tem direito a esse benefício, enquanto a camada que mais precisa não tem acesso a esse recurso. No mínimo, é uma falta de respeito", critica o educador Davinson Neves.
Para o digitador Júlio César, a população precisa se manifestar. "Como são eles mesmos que fazem as leis, são eles que mandam e a gente não pode fazer nada. Mas acho que a gente tem que gritar de alguma forma, para que isso não aconteça de novo", ressalta.
Dos 49 deputados estaduais que cumprem mandato hoje, apenas dois estão recebendo essa verba extra. A assessoria de imprensa da Assembleia Legislativa explicou que os parlamentares consideram o pagamento do benefício legal, pois o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reconheceu o direito do Supremo Tribunal Federal de incorporar o auxílio-moradia como remuneração no período de 1994 a 1997.
A Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE) diz que a medida não obedeceu aos critérios de transparência e de moralidade e estuda medidas legais para tentar suspender o pagamento. “Esse auxílio é, no mínimo, imoral. Nós faremos um ofício à Assembleia cobrando fundamentações técnicas desses pagamentos. Cobraremos também uma cópia do parecer do procurador geral que opinou pelo pagamento das verbas. Mas a legalidade não é pautada apenas em regras jurídicas. Nós temos princípios que também são normas jurídicas. E esses, claramente, já foram violados”, disse Catarina Almeida de Oliveira, presidente em exercício da OAB-PE.
Fonte:: Pe360
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