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População busca tratamento gratuito para o sono



Laboratório do Sono da UFC funciona somente às sextas-feiras, mas recebe uma média de 60 pessoas por mês

Dormir bem é algo tão importante para a saúde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) criou o Dia Mundial do Sono, que aconteceu ontem. Segundo o pneumologista especialista em Medicina do Sono e coordenador do Laboratório do Sono da Universidade Federal do Ceará (UFC), Pedro Felipe Carvalhedo de Bruin, o departamento, apesar de funcionar somente às sextas- feiras, atende, gratuitamente, em média 60 pacientes por mês, ou seja, cerca de 15 por dia. 

Conforme ele, o dado é apenas uma amostra da quantidade de fortalezenses que sofrem desses distúrbios, sem contar com aqueles atendidos em clínicas particulares na Capital. 

Carvalhedo explica que, inicialmente, o laboratório foi criado apenas para realizar pesquisas, porém, a procura pelo serviço foi tão grande que começaram a receber pacientes. 

De acordo com o médico, os principais distúrbios são a insônia e a apneia do sono, uma desordem comum, na qual a respiração para ou fica muito fraca quando a pessoa dorme. 

O comerciante João Avelino dos Santos, 41 anos, desde a adolescência convive com problemas respiratórios, que têm provocado roncos durante a madrugada. Porém, segundo ele, há pelo menos seis anos a situação vem se agravando e, por consequência disso, acorda muitas vezes durante a noite. 

"Tenho me sentido muito cansado durante o dia, então, decidi procurar um médico, que me indicou o Laboratório do Sono da UFC. Preciso me tratar para poder voltar a ter uma vida saudável", ressalta. 

Para Carvalhedo, talvez o problema de João Avelino seja apneia do sono. O comerciante deve ser submetido a exames no Laboratório do Sono. 

Fatores de risco 

O especialista explica que, geralmente, o distúrbio o é provocado por excesso de peso, uso de álcool, sedentarismo ou deformidades faciais, além de o nível de estresse da população e a quantidade de pessoas depressivas. 

"Na maioria dos casos, os pacientes não têm consciência de que possuem esse distúrbio e se sentem muito cansados durante o dia. Porém, por meio de um exame chamado polissonografia, é realizado o diagnóstico", ressalta Carvalhedo. 

E os resultados dessa apneia são a hipertensão arterial e o surgimento de doenças cardiovasculares. O cardiologista e orientador da pós-graduação em Cardiologia do Hospital Dr. Carlos Alberto Studart (Hospital de Messejana), Wellington Silva, explica que o fato de o paciente ficar sem respirar por alguns segundos durante a noite libera substâncias que geram danos ao organismo. 

Diante disso, ele destaca que o corpo humano não consegue relaxar e, assim, o coração também. "Durante o sono, o coração permanece em repouso, a frequência cardíaca diminui e a pressão arterial, também. Se o sono é ruim, todo esse processo é alterado, gerando um aumento na frequência cardíaca e na pressão arterial", destaca. Estima-se que 30% da população brasileira tenham apneia. 

Conforme Wellington Silva, este distúrbio aumenta o risco de infarto cardíaco e de acidente vascular cerebral (AVC). 

Mais informações

Laboratório do Sono da UFC



Telefone: (85) 3366. 8169

Repouso inadequado altera saúde cardíaca

Estudo feito pelo Laboratório do Sono em colaboração com o Grupo de Hipertensão do Instituto do Coração (Incor) constatou que apenas cinco noites de privação de sono (com uma média de quatro horas e meia por noite) já são suficientes para, além de afetar o humor e disposição em geral, prejudicar o funcionamento dos vasos sanguíneos e, de modo geral, alterar a saúde cardíaca.

Atualmente, a Medicina já identificou 80 distúrbios do sono, entre os quais, se destacam aqueles relacionados à quantidade e à qualidade do repouso. Dois desses distúrbios merecem especial atenção: a apneia obstrutiva do sono e a privação do sono, males que acometem a sociedade moderna de modo bastante notável.

Com relação aos distúrbios associados à qualidade do sono, a apneia, certamente, é um dos mais graves. Os indivíduos que sofrem deste mal têm a qualidade de seu sono bastante comprometida, uma vez que a oxigenação do organismo é interrompida temporariamente centenas de vezes por noite.



Além da garganta estreita e obstrução nasal, as características que levam à apneia são bastante parecidas com os fatores de risco cardíacos: obesidade, diabetes e hipertensão.

Estudos do Laboratório do Sono do Incor demonstram a relação do distúrbio com doenças graves como aterosclerose e hipertensão. Embora os fatores agravantes da aterosclerose estejam principalmente relacionados à hipertensão e diabetes, a apneia pode ser considerada um fator secundário da doença, já que agrava a pressão alta.

Desenvolvida pelo Incor, uma técnica de fortalecimento dos músculos da garganta diminui consideravelmente a intensidade da doença em pessoas com apneia leve a moderada. Os exercícios permitem que o paciente fortifique os músculos da garganta, o que diminui a intensidade dos episódios de apneia.

                                                               KARLA CAMILA
                                                                   REPÓRTER

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