Não passa muito tempo sem que em algum lugar ouçamos alguém dizer que a cada dia se gasta mais tempo para cuidar das invenções e modernidades do que trabalhando. Dizer que isso não tem alguma razão seria uma temeridade, mas há de se entender que em meio a tudo o que surge sempre existem coisas boas. Assim, o profissional técnico não pode estar fechado às “invenções e modernidades” - como dizem. A grande sacada em meio a tudo isso é sempre analisar as coisas que chegam sem preconceitos e, a partir da análise, concluir se aquilo de fato tem alguma utilidade ou se não passa de mais uma das muitas coisas que chegam, dão imenso trabalho e logo somem.
Estudar, ler e conhecer as tendências da administração e da gestão ajuda muito nestas horas, até porque muito do que parece novo, para muita gente, já existe por aí há muito tempo. Pesquisando vamos conhecendo qual o grau de sucesso que esta ou aquela ideia teve e isso ajuda muito na formação de uma opinião mais sólida sobre qualquer coisa que seja. Recusar ou rechaçar as novidades que chegam é algo que precisa ser feito com algum critério. Nós, da área de prevenção de acidentes, temos ainda uma maior dificuldade em relação a tudo isso. Primeiro porque boa parte dos cursos de formação segue com um conteúdo do tempo da prevenção no muque. Segundo porque na maioria das organizações eventos de atualização para o pessoal do SESMT é iniciativa preciosa e rara.
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SIMPLES Em um tempo onde se fala tanto em gestores, isso gera uma imensa dificuldade. E um belo dia alguém chega a nossa sala e começa a falar sobre PDCA, não conformidades, planos de ação... como se isso fosse algo que desde muito conhecêssemos. O que ocorre depois disso quase todos sabem: fazer por fazer e o que era para ser mudança virá apenas como mais uma porção de papéis que boa parte das pessoas preenche, mas, não sabe bem para que serve. E olha que as novidades nem são assim tão novas! O PDCA, por exemplo, foi criado na década de 20 por Walter Shewhart e disseminado por Deming e nada mais é do que uma ferramenta para a análise e melhoria dos processos organizacionais. Olhando bem de perto e deixando de lado o glamour que assusta as pessoas vamos entendendo que Plan, Do, Check e Action - que são as letras iniciais que formam a sigla PDCA é algo de certa forma simples e que quando bem usado pode ajudar muito narealização de nossas atividades de forma mais organizada e eficaz.
SIGNIFICADO Plan quer dizer PLANEJAR, definir as metas a serem alcançadas e os métodos para que isso ocorra. Do - e este verbo nós aprendemos no segundo grau - quer dizer EXECUTAR, ou seja, por em prática aquilo que planejamos, treinar e educar pessoas, agir e também coletar informações sobre os resultados do que estamos fazendo. Check quer dizer VERIFICAR. Este nós conhecemos bem por causa da mania que temos de chamar lista de verifi- cação de check list. Nesta fase, verificamos se o executado está em conformidade
com o que planejamos, se o método definido anteriormente vem sendo seguido e assim identificamos os possíveis desvios tanto das metas como dos métodos, e partimos para o Action - AÇÃO, onde e quando estaremos atuando para corrigirmos os desvios que foram identificados anteriormente.
VERSÁTIL: Uma coisa legal do PDCA é que ele pode ser usado em qualquer atividade. Na
prevenção, muito especialmente, permite o trabalho de forma mais consistente já que traz em si o conceito e a prática do planejamento - coisa que vamos e venhamos não é muito o forte de nossa gente que está habituada a sair por aí apagando focos de incêndios. Possibilita
também a identificação, de forma organizada e fácil, dos desvios e problemas que dificultam a resolução dos problemas e a estabilização de determinados processos. Observe os detalhes que o quadro desta página traz sobre o assunto. Fica claro que o PDCA é uma ótima ferramenta para nossa área, desde que compreendida e assimilada de forma completa. No entanto, se for para fazer por fazer, pouco ou nada melhora a vida do profissional ou agrega valor à organização. Nem toda novidade é ruim, mas tudo o que é feito por fazer é sempre péssimo.
Por Cosmo Palásio de Moraes Junior
Por Cosmo Palásio de Moraes Junior
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