A indústria automobilística comemora uma estupenda recuperação desde a crise de 2008 e atinge uma marca histórica: neste final de 2012 vamos chegar a um bilhão de veículos automotores rodando sobre o planeta.
Se por um lado isso significa desenvolvimento econômico, por outro significa problemas ambientais sérios, pois o carro é o maior vilão do aquecimento global. Além disso, rodando ou parado gera uma demanda impossível de ser atendida de infraestrutura nas cidades para acomodar sua posse e uso. E tome congestionamentos!
Em 2010 foram produzidos 74,4 milhões veículos, sendo 60,1 carros de passageiros; em 2001 foram 76,8 milhões, sendo 62,2 milhões de carros. A estimativa é de ultrapassar o número de 80 milhões neste ano de 2012 e seguir crescendo em direção à meta de 100 milhões em 2016. Quando vamos atingir o segundo bilhão?
A frota deverá crescer aceleradamente nos países emergentes. Nos países plenamente industrializados já aconteceu a saturação do mercado e a expectativa é apenas de reposição. Nos EUA, por exemplo, a frota de veículos é quase igual a população. Na China a frota pulou de 10 milhões de veículos em 2000 para 73 milhões em 2011.
No Brasil estamos nos encaminhando para a marca dos quarenta e dois milhões de veículos, mas a densidade da frota nas grandes capitais brasileiras é elevadíssima, daí a cronificação dos engarrafamentos.
Nem China, nem Brasil vão ter o tempo nem recursos para seguir o american way of life. Aliás, estamos descobrindo que não vale a pena essa direção.
No meu post de ontem intitulado Insustentabilidade um dos leitores, o Tadeu, comentou: “Ricardo, não conheço muitas cidades, mas tenho em minha lista: São Paulo, Buenos Aires, Lima, Santiago, Guadalajara, Cidade do México, Nairóbi, etc. Curioso é que tenho muito tempo para observar e pensar sobre isso nas longas jornadas de carro entre hotel, escritório e aeroportos.
Já pensei muito sobre isso, o modelo é exatamente o mesmo em todas as cidades e é obvio que não funciona. Pensar fora da caixa seria conhecer algum outro modelo, mas não teórico, algum que funcione de verdade e não seja em uma montanha to Tibet. Será que existe?”
Pois é, Tadeu… Acho que é legal trazer aqui essa figura aí embaixo que compara um leque amplo de cidades. Rapidamente a gente enxerga aquelas em que as pernas e o transporte público são parte importante da mobilidade urbana.
O caso extremo fica com os Estados Unidos, onde quase 25% das viagens diárias em transporte público estão concentradas em NYC. No resto do país mobilidade = carro, e esses consomem um terço da matriz energética dos EUA

Fora de Caixa - Época Negócios
0 Comentários
Seja Bem Vindo ao Grupo Trabalho Seguro Vida Futura, agradecemos sua visita, e aguardaremos seu retorno.