
Novidade tem como base um cogumelo natural, comum no Nordeste, que serve como base para a produção do combustível
Centros de pesquisas de todo o país fazem parte da rede de bioetanol que desenvolve tecnologias para aproveitar a biomassa - o bagaço da cana-de-açúcar para a produção de álcool. Em Pernambuco, uma descoberta surpreendente: a novidade tem como base um cogumelo natural.
Pequenos, de cores e formas diferentes, os fungos ou cogumelos estão na mira dos pesquisadores do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste, do Ministério da Ciência e Tecnologia. Há dois anos eles estudam esta espécie comestível, comum no Nordeste, conhecida por pleurotus ostreatus.
As pesquisas confirmam que este pequeno cogumelo pode ajudar a aumentar a produção de álcool no país. “É um bom produtor de enzimas para a produção de etanol. É uma grande promessa”, explica o pesquisador Alexandre Libânio
O fungo produz as enzimas usadas na fabricação do álcool com a matéria-prima que hoje é tratada como um resíduo. Hoje apenas o caldo da cana-de-açúcar é usado na produção do álcool. O bagaço que sobra não é pouco: representa 30% do peso da cana e tem muito volume. É deste rejeito, que lota os pátios das usinas, que a tecnologia está conseguindo extrair álcool, utilizando o pequeno fungo encontrado na natureza.
No laboratório, o fungo se revelou um excelente produtor de enzimas. Elas são adicionadas ao bagaço e ajudam a produzir a glicose que vira álcool depois do processo de fermentação. As pesquisas fazem parte de uma rede nacional de bioetanol e apresenta um resultado animador no aproveitamento do bagaço. “A estimativa é de aumentar 40% a produção já existente, sem plantar mais nenhum hectare de cana”, diz o pesquisador Brauney Campelo.
A próxima etapa é testar o resultado numa escala muito maior, para que a tecnologia possa chegar às indústrias e aos consumidores. “De forma otimista eu posso dizer que em dois anos nós já poderemos ter uma certa quantidade de etanol de segunda geração nas bombas de postos de combustíveis”, revela a pesquisadora Manuela Mota Lins.
Com a tecnologia, a sobra da cana vai ter mais valor. “Ela passará a ter uma utilização mais nobre, fazendo com que haja mais produção e consequentemente mais receitas. E por aí, a economia passa a ter uma agregação de valor”, garante o presidente do Sindaçúcar, Renato Cunha.
FONTE:WWW.PE360.COM
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