
E tudo isso começa quando entendemos que não podemos nos portar apenas como “caçadores de assinaturas em evidências e registros” - ou seja - termos a compreensão de que quando realizamos uma integração estamos oportunizando ali o primeiro contato daquelas pessoas com nossa área. Então, a integração deveria ser algo assim como um “bem vindo” - obviamente recheado com o conteúdo que precisa ser transmitido a quem dela está participando. Veja no quadro as dicas para uma boa integração.
AS PIORES INTEGRAÇÕES
As piores integrações que já tive oportunidade de assistir na minha vida foram as realizadas por pessoas do tipo “aqui mando eu”. Obviamente, diante da necessidade do emprego, nenhum dos participantes ao menos abre a boca para contestar qualquer uma das coisas ditas por aquele ser “super poderoso” que se coloca ali na frente e se dedica à arte do poder. No entanto, passado o evento da integração, a grande maioria irá reagir - às vezes até de forma inconsciente - às “agressões” recebidas na integração e embora muitos de nossos colegas jamais tenham se dado conta parte dos problemas que enfrentam no dia a dia do seu trabalho tiveram início lá na integração.
Menos problemáticas em termos de relação pessoal, mas muito ruins para o contexto da prevenção são as integrações não interativas, ou seja, aquelas onde um filme - mesmo que muito bem feito - tenta fazer o papel do contato humano.
Além de ser totalmente impessoal denota que apesar de toda preocupação que tal organização alega ter com o assunto “prevenção” ela não é suficiente para que um dos seus representantes tenha, em seu planejamento, algum tempo para vir falar às pessoas sobre o assunto. Por fim, não permitem qualquer tipo de realimentação quanto ao entendimento ficando aquela impressão - e logo a primeira - de que estamos ali para cumprir tabela ou mera formalidade. Se o seu programa de prevenção é importante para a organização e apesar disso não há recursos e tempo para uma boa integração é necessário realizar uma revisão crítica sobre este assunto. Muitos são os problemas associados àquela integração que continua sendo usada hoje tal como foi feita para os navegadores de Cabral quando aqui chegaram, e vão até a integração “modernosa” onde há mais valores nos efeitos especiais (recursos) do que no conteúdo prevencionista propriamente dito. As novas tecnologias podem até impressionar, mas pouco ou nada servem para a prevenção.
PARA UMA AÇÃO MAIS EFICAZ
- Deve ser o resultado de uma boa análise do profissional de Segurança no Trabalho reconhecendo e listando tudo o que é importante para os que estão chegando à organização. Obviamente o tempo de duração será proporcional à natureza e quantidade de riscos e perigos.
- Jamais deve ser vista ou entendida como treinamento – se há necessidade de informação/ formação mais detalhada outro evento deve ser marcado.
- Materiais e métodos utilizados devem ser atrativos, no entanto, não devem ser vistos como mais importantes do que o conteúdo. Vale lembrar sempre que o objetivo é informar sobre prevenção.
- A integração é um momento de alta seriedade – mas seriedade jamais quis dizer cara feia ou postura mais rígida. É importante que este momento seja utilizado para que aqueles que chegam sintam confiança e canais de diálogo abertos com os responsáveis.
- Sempre que possível que seja feita não apenas pelo profissional de Segurança, mas também pelo gestor da área ou do contrato.
- O material da integração deve ser atualizado com bastante freqüência evitando que fique defasado e não contemple todos os itens necessários.
- A integração não deve ser apenas a leitura do “Decálogo das Proibições” – ou ainda
- Pratique a retroalimentação de forma mais completa, reservando espaço para que a cada item explanado seja possível que pelo menos um dos participantes confirme o entendimento através de uma breve explanação.
a “Sessão do Medo”. Prevenção é educação e não contribuímos para isso apenas dizendo
o que não deve ser feito – antes devemos explicar o tipo e a natureza dos riscos e perigos
levando os colaboradores ao entendimento dos mesmos.
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Fonte: Revista proteção fev/2007