“Quando minha primeira filha nasceu, hoje com quase 28 anos, lembro que no
dia anterior eu tinha faxinado a casa inteira”, afirma a comerciante Rita de
Cássia Rosalem Lorencini. Na época, ela era dona de casa, mas nunca deixou de
fazer as tarefas domésticas. Rita é a favor de que as mulheres permaneçam ativas
durante a gravidez caso estejam com a saúde em dia.
“Gravidez não é doença. Temos que dar mais atenção a certos cuidados, mas
nada que nos impeça de realizar nossas tarefas em casa ou no trabalho”, defende.
A comerciante não se baseou em nenhuma pesquisa, mas sua opinião é a mesma de um
estudo divulgado recentemente e publicado no periódico “Occupational and
Environmental Medicine”, que acompanhou 4,6 mil mulheres durante a gravidez.
Segundo a pesquisa, realizada entre 2002 e 2006, na Holanda, trabalhar
durante os nove meses de gravidez – 40 semanas – não tem nenhum impacto no peso,
tamanho ou no nascimento dos bebês. Tampouco se observaram efeitos em mulheres
cujo trabalho envolvia levantar coisas pesadas, ao contrário de outros estudos
que sugerem que o esforço físico pode afetar gestações de forma indesejada.
Jenny Myers, do Centro de Saúde Materna e Fetal de Manchester, disse que o
excesso de esforço físico na gravidez “pode ter um pequeno efeito no crescimento
do feto, mas o impacto disso no desenvolvimento da criança é desconhecido”.
Trabalho em pé
Se o trabalho não afeta o desenvolvimento do bebê, ficar de pé por longos
períodos de tempo durante a gravidez pode impactar o crescimento do feto, de
acordo com o pesquisador-chefe Alex Burdof. Sua equipe percebeu que mulheres que
passavam a maior parte de sua jornada laboral de pé davam à luz bebês cujas
cabeças eram cerca de 1 cm menores do que a média. Isso, porém, não afetou a
saúde dos bebês pesquisados no parto.

O pesquisador-chefe admite que as implicações da pesquisa não estão claras, mas que devem servir de argumento para as profissionais grávidas que trabalham muito tempo de pé pedirem mudanças no ambiente laboral. “Se ela trabalha por muitas horas, deve pensar em pedir uma redução da jornada no último trimestre da gravidez”, disse ele.
Gail Johnson, da Faculdade Real de Parteiras da Grã-Bretanha, afirmou que “grávidas precisam ter a segurança de que seu trabalho não vai aumentar o risco de problemas. Essa pesquisa abre uma boa oportunidade de discussão de questões laborais para essas mulheres”.
Outros fatores que afetam o crescimento fetal, como fumo, consumo de álcool e a idade da mãe também foram levados em consideração.
Folha Vitória
Redação Folha Vitória
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