No dia 10 de agosto, cerca de 45 mil operários da construção civil de Salvador pretendem paralisar as atividades por 24 horas, nos cerca de 200 canteiros de obra da capital, em protesto ao acidente que provocou a morte de nove trabalhadores no início da manhã de terça, 9, na obra do edifício Empresarial Paulo VI, da Construtora Segura, localizado na Rua Saturnino, no Iguatemi.
A categoria se reunirá nesta quarta, às 9h, em um canteiro de obras na Avenida Paralela, onde discutirão os acidentes que têm afetado os trabalhadores da construção civil na capital.
O acidente ocorreu às 7h da manhã de terça, quando o elevador de carga despencou do 26° andar, a uma altura de cerca de 75 metros, atingindo o chão em pouco mais de quatro segundos a uma velocidade que pode ter chegado a 150 Km/h.
Este foi o pior acidente na construção civil no estado desde 1990, segundo dados do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e da Madeira do Estado da Bahia (Sintracom-BA). Este ano, 15 trabalhadores morreram em acidentes na Bahia, contra seis óbitos no ano passado.
Causa - A investigação da Superintendência Regional do Trabalho na Bahia (SRTE), órgão ligado ao Ministério do Trabalho que fiscaliza obras da construção civil além de atividades de outros setores da economia, apontou que o acidente foi provocado pelo desgaste no eixo da roldana que sustenta o cabo de aço de tração do elevador, segundo confirmou o chefe do setor de Segurança e Saúde da SRTE, Flávio Nunes.
É o enrolar e desenrolar do cabo em torno da roldana que movimenta a cabine do elevador. Com a quebra do eixo, o cabo ficou sem sustentação e a cabine correu livremente.
Nunes explica que o sistema de freios de emergência, que deveria impedir a queda da cabine, apresentava sinais de desgaste e, provavelmente, por isso não funcionou no momento da queda. Ele e outros três auditores foram os responsáveis na terça pela apuração das causas do acidente.
O auditor da SRTE revela que o estado das peças indica que a manutenção não havia sido feita. Segundo Nunes, a manutenção preventiva usa um tipo de ultrassom que detecta se há fissuras na peça.
O diretor da Construtora Segura, Fernando Magalhães garante que a manutenção dos equipamentos da obra, inclusive do elevador, é realizado todos os finais de semana.
“No último sábado, o elevador passou por manutenção. De fato, o que se tem é uma visão preliminar das causas do acidente. A princípio, o cabo não rompeu, pois na perícia percebeu-se que ele estava intacto, mas sim que houve um rompimento no eixo que corre dentro de um mecanismo, chamado cúpula. A verificação deste mecanismo não faz parte do procedimento de manutenção, tendo em vista que este mecanismo é uma peça blindada, praticamente inviolável”, explicou o representante.
A construtora emitiu uma nota oficial na qual afirma que o “equipamento estava funcionando dentro dos parâmetros de segurança e em perfeito estado de conservação”. A nota da construtora diz ainda que a empresa acompanha de perto as investigações e que está prestando toda a assistência aos familiares das vítimas e aos demais trabalhadores.
A construtora emitiu uma nota oficial na qual afirma que o “equipamento estava funcionando dentro dos parâmetros de segurança e em perfeito estado de conservação”. A nota da construtora diz ainda que a empresa acompanha de perto as investigações e que está prestando toda a assistência aos familiares das vítimas e aos demais trabalhadores.
Interdição - A obra nas imediações do Iguatemi foi interditada por tempo indeterminado pela SRTE. Segundo Flávio Nunes, chefe do setor de segurança do órgão, foram encontradas outras irregularidades na segurança da obra, como a ausência de proteção para evitar quedas nos andares superiores.
Fonte: Bahia noticias
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