A 1° Entrevista do mês com Rafaela Laila
Cunegundes Guimarães/BA:

GTSVF- Pra você, o que significa ser um Tecnólogo em Segurança do
Trabalho?
Rafaela- Ser um profissional prevencionista, em meu conceito,
ultrapassa demasiadamente o simples conceito de uma profissão. O ofício de um
tecnólogo se inicia e se finda em um único termo – Responsabilidade. É algo de grande
importância, uma vez que seu objetivo é salvar não apenas a integridade de um
indivíduo, mas a sua vida. É um ofício tão extraordinário que um erro por menor
que seja, pode trazer consequências graves e irreversíveis.
GTSVF-
Quais motivos o (a) levaram a escolher a profissão de Tecnólogo em Segurança do
Trabalho?
Rafaela- Em verdade, eu escolhi esse curso por ser novo em nossa região e pelas propostas interessantes que ele
apresentava, contudo, não tinha motivação. Porém, no decorrer dos estudos, a
cada aprendizado eu me envolvia mais e me apegava aos conhecimentos. Assim,
ao término, eu já sentia tanto desejo de dedicação que hoje, não tenciono
iniciar outros estudos fora dessa área.
GTSVF- Você acha que a faculdade onde você estudou realmente valoriza o
Tecnólogo em Segurança do Trabalho ou somente estava interessada nos lucros
financeiros?
Rafaela- Tive
excelentes tutores que souberam me motivar sempre no decorrer do curso. A
faculdade apresentou vários pontos desfavoráveis. Penso que além da teoria, seria imprescindível nos oferecer
alguns momentos de prática para melhor fixação do conteúdo. Tanto que não
necessitamos fazer estágio, foi facultativo.
GTSVF- Você acredita que alunos que estudaram em universidades públicas,
têm mais preparação para o exercício de sua função que os graduados em
faculdades particulares? Por quê?
Rafaela-
Acredito que o que garante a excelência não é a faculdade nem os orientadores,
mas a atitude do próprio discente em pesquisar, buscar formas de aprender mais
e mais sempre, uma vez que qualquer entidade de ensino, seja público ou privado, oferece apenas o conteúdo básico, mas um aprofundamento no estudo
depende de nossa própria atitude.
GTSVF- A competência depende do tempo que se passa em uma sala de aula?
O que garante a competência do Tecnólogo em Segurança do Trabalho?
Rafaela- O tempo
que se passa em uma sala de aula não tem uma importância relevante. A
competência, para se chegar a ela, é necessário ter dedicação e ser proativo,
uma vez que possuindo estas, os bons resultados são consequências.
GTSVF- Quais as dificuldades você encontrou até chegar o momento da tão
almejada formatura?
Rafaela- Em se
tratando de minha pessoa, as dificuldades relevantes foram as relacionadas ao
trajeto, uma vez que residindo em outra cidade, eu dependia de transporte,
chegava na aula sempre atrasada e por essa razão perdia grande parte dos
assuntos discutidos.
GTSVF- Quais as maiores dificuldades que um Tecnólogo em Segurança do
Trabalho enfrenta para o exercício de sua função?
Rafaela- O maior
problema que um profissional enfrenta, trata-se do não reconhecimento da
importância dessa função ou até mesmo da desvalorização por parte das empresas.
Muitas preferem recorrer a qualquer possibilidade que tenha para não contratar
um profissional em sua empresa. Há também o fato de ainda não estarmos
inseridos em órgãos como o SESMT, por exemplo.
GTSVF- O mercado de trabalho está preparado para receber os
profissionais em Segurança do Trabalho? Por quê?
Rafaela- Hoje, felizmente
nosso trabalho está adquirindo um grande reconhecimento, todavia, ainda existem
muitas empresas que contratam um profissional prevencionista, mas negligenciam
uma parte das normas de SST. Outros fazem o possível para que essa contratação
seja desnecessária. Com isso, creio que o mercado de trabalho está pronto sim
para receber o profissional, mas não a forma plena do desempenhar de seus
deveres.
GTSVF- Qual a postura que uma empresa deve tomar para diminuir os números de
acidentes no trabalho?
Rafaela-
Inicialmente, ela deve reconhecer o valor de uma boa segurança do Trabalho e os
benefícios que ela traz. Deve também aceitar todas as normas e agir de forma
correta e desmedida.
GTSVF- Quais as principais
características que um Tecnólogo em Segurança do Trabalho deve apresentar para
que possa desenvolver um trabalho eficaz?
Rafaela- Ele
deve, acima de tudo, ter amor à profissão, pois possuindo este, as outras
qualidades são consequências.
GTSVF- Você acha que existe preconceito contra o Tecnólogo em Segurança do Trabalho por parte dos Técnicos e/ou Engenheiros de Segurança do Trabalho?
Qual a razão disso?
Rafaela- Creio
que ainda existe sim, embora tenha diminuído muito. Nunca consegui assimilar a
razão disto, uma vez que penso que deveríamos caminhar juntos na busca de
vários fatores relacionados à Segurança e Saúde do Trabalho.
GTSVF- Você acha que as DRTs, hoje Superintendências do Trabalho, têm
colaborado com nossa profissão ou falta atitude por parte delas? Justifique.
Rafaela- Realmente
as Superintendências têm colaborado muito, através de fiscalizações, por
exemplo. O que falta é uma vigilância maior, mas para isso o trabalhador deve
também colaborar, denunciando as condições precárias de trabalho de sua
empresa.
GTSVF- Você acha que há espaço para os Tecnólogos no SESMT?
Rafaela- Com
toda certeza! O curso de Tecnólogo em Segurança do Trabalho ainda é muito
recente, mas podemos perceber que a cada instante alcançamos várias conquistas.
O nosso lugar no SESMT é apenas uma questão de tempo e de nosso empenho em
lutar por isso também.
GTSVF- Qual a situação do seu estado diante a
segurança do trabalho?
Rafaela-
Infelizmente não é muito favorável. Estamos sempre sendo informados de
ocorrências de acidentes de trabalho. Ainda precisa-se de muitas mudanças e com
urgência.
GTSVF- O que você tem feito ou
pode realizar para fazer a diferença no mercado de trabalho?
Rafaela-
Tenho tentado de tudo ao meu alcance, sempre que vejo uma situação irregular em
algum tipo de trabalho, procuro repassar os meus conhecimentos, montei também
um grupo de troca de materiais relacionados à Segurança do Trabalho e aproveito
alguns minutos do meu tempo diário para ler e estudar quaisquer conteúdos
pertinentes.
GTSVF- Quais conselhos você daria a uma pessoa
que quer iniciar o Curso superior em Segurança do Trabalho?
Rafaela- Caso a pessoa
realmente tenha desejo de trabalhar nessa área, eu diria a ela que não
hesitasse em iniciar o curso, pois é uma profissão louvável, diria também que
nunca confiasse apenas na teoria adquirida em sala de aula, mas que buscasse,
pesquisasse e estudasse o máximo possível.
GTSVF- Como você acha que o site de Tecnólogo
em Segurança do Trabalho pode contribuir para a qualidade de vida na rede
mundial?
Rafaela- Continuando a
postar assuntos relacionados à Segurança e Saúde do Trabalho, abrindo espaço
para opinião do público também. Isso é muito importante.
GTSVF- Usando a frase “Trabalho Seguro, Vida Futura” crie uma mensagem para os nossos leitores.
Rafaela- Com dedicação e
paixão, alcançaremos certamente nossa principal meta: Desenvolver um trabalho
seguro e possuir vida futura cheia de esperanças.
GTSVF- Deixe uma mensagem final para essa
entrevista.
Rafaela- Para mim tem sido
uma honra imensa fazer parte desse trabalho maravilhoso que desenvolvido pelo
Trabalho Seguro, Vida Futura. Para alcançar o sucesso devemos caminhar juntos,
um colaborando com o outro, pois o indivíduo sozinho não tem aptidão para se
fazer muitas coisas. Estou muito feliz em participar desta entrevista e deixo o
meu e-mail, caso algum internauta se interesse em trocar informações
profissionais. sstprevencao@trabalhosegurovidafutura.com.
Abraços prevencionistas!!!
- Responsável pela entrevista Josenir Rodrigues componente do GTSVF.