Nada como começar um novo ano com toda disposição no sentido de mudar da eficiência para a eficácia. Isso fará com que ao final de 2012, que agora tem início, todos possam experimentar o prazer da realização no lugar do mero dever cumprido. Por onde ando percebo uma coisa bastante comum: as causas dos grandes problemas, geralmente, estão nos pequenos erros.
Estes estão ocultos em detalhes que com um pouco mais de observação podem ser corrigidos e, com certeza, farão com que os resultados sejam ainda mais satisfatórios. Diante disso proponho sempre dedicar um tempinho à revisão dos programas, planos, aliás como é claramente preconizado em algumas normas e referências que tantos usam, mas que não entendem bem como funcionam na prática. A grande pergunta é: o que pode ser melhorado? Antes disso defina regras para que seu raciocínio não seja tendencioso. A primeira regra sempre é procurar o erro não no que os outros fazem ou deixam de fazer, mas na maneira como foi concebido o trabalho. Isso quer dizer que, antes de mais nada, é preciso procurar as falhas dentro do próprio trabalho. E acreditem, muitas vezes, ela está ali.
Fazer isso implica em duas formas que aqui explicarei de modo bastante simples. Primeiro, aproximando a visão aos detalhes, em seguida afastando um pouco e olhando dentro do sistema mais amplamente, assim pode-se ver se o trabalho de cada um é adequado na sua forma. Logo em seguida se é adequado dentro do sistema onde se encontra inserido. Muitas vezes, um ótimo trabalho do ponto de vista técnico se perde por não estar estrategicamente posicionado. O que é preciso analisar? Isso vai depender muito da gestão de cada organização, da complexidade, etc. Comece listando todas as práticas, programas e ferramentas e o faça não apenas como profissional, mas também como usuário tentando entender como seus clientes internos percebem os mesmos. Nesta fase fará descobertas bastante interessantes e é provável que note que algumas coisas implicam em redundância desnecessária, ou seja, que custam tempo e dinheiro e para pouco ou nada servem.
As dicas para este processo são revisar algumas questões. Entre elas, o processo de informação dos riscos, conseqüências e medidas de controle aos trabalhadores. Além de ser um aspecto legal (NR- 1), este processo é a base de qualquer programa de prevenção e deve ser eficaz e contínuo. Todas demais ações posteriores só terão efeito se esta parte for adequada. Então, verifique em que estado está este processo de informação, se ele tem sido eficaz na mudança de cultura dos trabalhadores. Outra questão a ser revisada é o processo de comunicação diária que em muitas organizações se faz através dos chamados DDS ou similares, que ao longo do tempo vem se transformando em mera formalidade. Em muitas organizações o programa é realizado sem que se observem critérios mínimos, tais como: a qualidade/preparo dos multiplicadores, a disponibilização de materiais que assegurem a padronização dos conceitos mínimos para um mesmo assunto.
E a experiência mostra que quanto maior a proximidade com os perigos e riscos, maior a dificuldade de expressão das lideranças. O que se faz para suprir esta deficiência na organização onde você atua? Revisar o processo de inspeção de segurança nos últimos tempos também tornou- se uma formalidade, o que com certeza, causa muitos problemas em algumas organizações. Até porque o processo que antes era feito por especialistas foi transferido para os usuários sem maiores cuidados e preparo. Inspeção de segurança em muitos casos pode ser sinônimo de vida ou morte e, por isso, tais programas devem ser acompanhados de perto e revisados com alta freqüência, além do apoio em atividades de formação e motivação. E se sobrar um tempinho, um programa para a conscientização da liderança. São raras as organizações onde tais programas existem e esta com certeza é uma boa razão para o insucesso já que o time da prevenção acaba ficando sem o “meio de campo”. Lembre- se que um programa não precisa ser ou ter necessariamente atividades que obriguem a retirada de pessoas dos seus locais de trabalho. Muitas e boas coisas podem ser feitas através de informativos, através da comunicação por meio eletrônico e até mesmo com breves visitas às pessoas.
Por fim, que tal pensar em alguma coisa para as áreas indiretas que para a maioria das pessoas pouco ou nada tem a ver com a prevenção, mas para aqueles que olham de perto fica cada vez mais claro que, por exemplo, um comprador comprometido e esclarecido sobre a questão pode ser decisivo para que evitemos uma série problemas que surgirão algum tempo depois.
Por Cosmo Palásio de Moraes Jr.


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