Tirando a Gravata entrevista José Luiz Weiss, diretor de RH da Syngenta

No momento em que ela me deixou sozinha, percebi que aquela
primeira ideia que tive de José Luiz Weiss estava equivocada. Na sala de
paredes envidraçadas, que permite a entrada de muita luz, o executivo
coleciona figuras do budismo e hinduísmo, além de pequenas estátuas e
quadros exotéricos pendurados.
José Luiz é um homem de meia idade, com aparência informal, cujo tom de voz é constante e seguro. A fala é calma e não agride os ouvidos. Graduado em Engenharia de Mineração pela prestigiada Universidade da Califórnia, em Berkeley, Weiss soube dar espaço para as mudanças e novas oportunidades em sua carreira. No currículo, ele lista experiência nas áreas de mineração, ambiental, qualidade e recursos humanos em grandes multinacionais como Coca-Cola, Johnson & Johnson e, a atual, Syngenta.
José Luiz é um homem de meia idade, com aparência informal, cujo tom de voz é constante e seguro. A fala é calma e não agride os ouvidos. Graduado em Engenharia de Mineração pela prestigiada Universidade da Califórnia, em Berkeley, Weiss soube dar espaço para as mudanças e novas oportunidades em sua carreira. No currículo, ele lista experiência nas áreas de mineração, ambiental, qualidade e recursos humanos em grandes multinacionais como Coca-Cola, Johnson & Johnson e, a atual, Syngenta.
Confira trechos da entrevista exclusiva que Weiss concedeu ao
ClickCarreira e descubra como ele alcançou o sucesso profissional em uma
área completamente diferente da sua formação, quais suas estratégias
para alcançar o sucesso profissional e dicas para profissionais no
início da carreira.
O que é fundamental em um estagiário
“É preciso se conhecer, isto é, saber quais são seus valores,
sonhos, pontos fortes, pontos fracos. Isso não é comum nos jovens, pois
não faz parte da formação do jovem, justamente porque o autoconhecimento
vem com a idade. Outro ponto importante é a capacidade de
relacionamento e de liderança. O que a universidade forma não é o que o
mercado precisa - a universidade está formando competências técnicas,
mas o estudante não sai com habilidade de negociação, de liderança,
influência, de comunicação. E quando você chega à etapa final de um
processo de trainee, boas notas não são diferencial, mas sua capacidade
de influência, de liderança em uma dinâmica são.”
Conselhos a um jovem profissional
“É importante investir num modelo de formação e educação mais
amplo possível, sem se limitar ao conhecimento técnico. Isso porque o
mundo é uma combinação do técnico com o relacional, e os jovens precisam
dessa perspectiva mais ampla para ter sucesso nas organizações.”
A importância do networking no início da carreira
“O capital social e a capacidade de relacionamento são grandes
diferenciais no mercado de trabalho. Ter uma rede de contatos é
importante, mas a grande questão é saber organizar sua rede e usá-la a
seu favor. Outro ponto importante é ter uma rede diversificada,
ampliando as possibilidades, principalmente para os jovens que estão no
início da carreira. Eu, por exemplo, comecei em uma área e terminei em
outra completamente diferente. Por isso, ampliar e diversificar a rede
de contatos pode ser uma ferramenta importante para transitar por
diferentes setores no mercado.”
Mudando de rumo
“Eu tive um estágio que mudou a minha vida. Quando eu estudava
na Universidade da Califórnia, em Berkeley, fiz um estágio de verão em
uma mineradora no Estado de Rondônia. Naquela época, a maior parte das
empresas desse setor ficava em lugares remotos, longe das grandes
cidades. A vida lá era tão difícil que a forma de os funcionários e
estagiários ficarem bem era receber uma cota de bebida alcoólica semanal
por que, no fundo, a única coisa que a gente poderia fazer para se
distrair ali era beber. Eu fiquei muito impactado pela devastação da
Amazônia e foi isso que me motivou a ir da área de mineração para a de
meio ambiente.”
Conquistas do início da carreira
“Depois da graduação, decidi mudar meu foco de atuação e fiz um
mestrado em Engenharia Ambiental. Comecei a atuar em consultorias
desenvolvendo projetos ambientais, como estudos de impactos ambientais.
Nessa época, fui convidado para trabalhar na Coca-Cola como gerente da
área de Meio Ambiente, sendo responsável por cinco fábricas da empresa.
Tenho orgulho de ter comandado o projeto de implantação do processo de
certificação ISO 14000 na fábrica de Jundiaí, em São Paulo, que foi a
primeira do mundo a receber esse certificado.”
Migração para a área de Recursos Humanos
“Quando achava que tinha terminado meu seu ciclo na área de meio
ambiente, fui para a área de qualidade total. Eu lidava com gestão de
projetos de melhoria, e percebi que mais do que lidar com projetos, eu
tinha que lidar com pessoas. Nesse momento, eu comecei a me interessar
pela área de Recursos Humanos. Logo depois, com a chegada de um novo
presidente na empresa, o diretor de RH foi demitido. Foi aí que um dia,
voltando para casa, no carro, pensei: ‘Mas por que eu não posso ocupar a
vaga de diretor de RH’? Para atingir meu objetivo, armei uma estratégia
bem diferente: preparei um plano de trabalho estruturado, detalhando
tudo que eu faria se fosse diretor de RH. Quando apresentei o plano para
o meu chefe, ele me perguntou: ‘Ficou louco? Você nunca trabalhou em RH
na sua vida, você não entende disso!’. Mas ele teve que reconhecer que o
plano estava bem feito. Ele me aceitou na posição, mas eu não receberia
nenhuma promoção ou aumento de salário. Se eu tivesse sucesso em três
meses, seria promovido. Caso contrário, seria mandado embora. Foi assim
que eu comecei na área de Recursos Humanos, sem nenhuma formação
técnica, com a clareza do que eu queria fazer, mas sem conhecer o como
fazer. Gostei de RH, fiquei e estou aqui até hoje.”
Equilíbrio Profissional:
“Uma das coisas que eu prezo e busco muito é o equilíbrio de
vida. O trabalho será sempre ilimitado, portanto, cabe a cada um de nós
saber onde está nosso limite. Há anos eu tenho uma busca muito profunda
de auto-conhecimento. Por isso, minha rotina inclui seções de meditação e
ginástica de manhã; e só depois eu venho trabalhar. O meu celular está
sempre ligado, mas ele não indica que tem novos emails. De modo geral,
eu não trabalho nos finais de semana e quando saio de férias não fico
conectado. Eu acredito que o equilíbrio é a base para o sucesso, pois
quem tem equilíbrio sabe o que priorizar e produz melhor. Eu procuro
enxergar os vários papéis que eu desempenho na minha vida, como pai,
marido, amigo, colega e profissional. O trabalho é uma parte super
importante da vida, mas não é o centro de tudo.”
Lição de carreira
“A minha trajetória profissional é repleta de mudanças e, em
cada momento, descobri um novo desafio que precisava vencer. Para isso,
eu sempre tive que buscar desenvolver novas competências para crescer.
Eu acredito que cada etapa profissional é constituída de aprendizado,
mudança e consolidação de resultado. Acho importante ter uma visão de
futuro e planejamento, mas é fundamental estar aberto para onde as novas
oportunidades podem nos levar.”
AUTOR: Ana Luiza Jimenez
FONTE: ClickCarreira
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